A Igreja Matriz
do Bom Jesus da Pedra Fria
1894
No final do século XIX, a Capela Curada, que foi construída para abrigar a imagem do nosso Padroeiro no antigo Largo do Jardim – hoje, Praça Virgílio de Melo Franco – já não tinha mais condições de receber os fiéis e celebrar as missas de maneira adequada.
Por isso, de acordo com os registros, o Pároco Padre Zeferino Xisto Rodrigues Vieira, formou uma comissão, em 21 de julho de 1894, para a construção de uma nova Matriz (a edificação atual), cuja aprovação foi dada por Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo da Diocese de São Paulo, em meados de maio do mesmo ano.
Em 5 de agosto, foi colocada e abençoada a Pedra Fundamental para dar início às obras da nova Matriz:
“Solenemente benta a pedra que vai servir de base para a referida construção no bojo da qual tem o tamanho necessário para conter o pequeno cofre que deverá guardar a cópia fiel desta acta e mais objetos destinados à perpetuidade, tendo servidos de padrinhos os distintos cidadãos convidados e presentes.
Em acto, foi transportada a referida pedra, conduzida pelas pessoas mais gradas ao lugar designado e já preparado para a supra construção, que é uma área livre de futuras ruas e edifícios (...), isto, no lugar mais aprazível, salubre e elevado desta povoação. Ali, ficará assentada a dita pedra, sendo batida pelo reverendo Cônego da Ex Capella Imperial, José Luiz de Mello.”
1899
Cinco anos depois, em 24 de dezembro de 1899, ao meio-dia, após a missa na Matriz velha, saíram em procissão, levando as imagens e alfaias para o novo Templo, que foi, em seguida, abençoado pelo Pároco, Padre Zeferino.
A obra foi realizada sob direção artística do espanhol Anselmo Otero e uma de suas características era a grande quantidade de janelas, especialmente na parte superior, além das duas torres, que evocavam a imponência da construção, a qual colaborou para a alavancada no crescimento urbano.
No entanto, em fevereiro de 1900, durante visita diocesana, o Padre José Paulino de Andrade, relatou que a nova Matriz não estava completamente pronta, faltando a conclusão de várias questões estruturais. “Entretanto, confiamos que o zelo e louvável atividade dos membros da Comissão, a dedicação e os nobres sentimentos religiosos do ilustre Parocho Zeferino Xisto não esmorecerão, nem deixarão em meio do caminho obra tão meritosa e tão grandiosa”, disse ele, em seu relatório.
Diante desta notificação, em 13 de junho de 1900, a pedido do Cônego Manoel Vicente da Silva, governador do Bispado de São Paulo, foi montada uma nova Comissão para a conclusão das obras da Matriz, a qual foi presidida pelo novo Vigário Paroquial, Padre Dr. Eugênio Pilloud, que assumiu os trabalhos da Freguesia após o falecimento do Padre Zeferino – sepultado sob a Matriz, junto do Cônego José Luiz de Mello.