Em 2022, nossa alegria é grande: primeiro, acompanhamos a ordenação presbiteral do Anderson, atualmente nosso vigário, e, em 28 de maio, será a vez de acolhermos o Frei Glaicon e seus companheiros da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos para celebrarmos a graça da sua vocação.
Quem sou eu?
Conhecendo melhor o Frei Glaicon
Em 2000 comecei a ajudar como coroinha na Paróquia e isso foi me inserindo na vida de comunidade e nas dinâmicas da Igreja. Já participava, esporadicamente, das missas e fazia catequese, mas não era inteirado nas coisas de Igreja.
Às vezes, ouvia falar de um certo Frei Carlos Fabiano, que era Frei Capuchinho, e que tinha passado por Bueno na década de 70. Fui perguntar às Irmãs do Asilo o que era frade. Elas me contaram e tentaram explicar a diferença entre padres e frades. Em 2002 escrevi a minha primeira carta aos Frades pedindo Orientação Vocacional.
Desde que comecei o contato com os frades, fui vivendo a minha vida, estudando, trabalhando, com meus amigos, com a minha família; uma vida normal para um adolescente.
Sempre me indaguei sobre a minha vocação e o contato vocacional com os frades. Cheguei a pedir um tempo de afastamento do acompanhamento, mas depois de um ano, regressei.
No ano de 2010 após um encontro vocacional, recebi a carta de convite para o Postulado.
E em 22 de fevereiro de 2011 iniciei o meu itinerário formativo na Fraternidade de Santa Teresinha do Menino Jesus, em Patos de Minas. Em 12 de outubro de 2012 deixei Patos de Minas para outra etapa da formação. Estava indo rumo ao Noviciado, na cidade de Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.
Professei os meus Primeiros Votos Religiosos, ou Votos Simples, de obediência, castidade e sem nada de próprio em 17 de novembro de 2013.
Em dezembro de 2016 terminava a faculdade e me graduava em filosofia. Era hora de, na vida de frade, juntar as coisas e se dirigir para uma nova Fraternidade e uma nova cidade. Agora, porém, o destino era um pouco mais longe e a missão um pouco mais desafiadora.
Cheguei a Rio Branco em fevereiro de 2017. Tal experiência me marcou profundamente, não sou o mesmo depois do Acre.
Renovei meus Votos Religiosos no dia 29 de novembro de 2017. Após a celebração do Natal, voltei pra Minas.
Em 2018 estava eu voltando para Belo Horizonte, para iniciar a Teologia no mesmo Instituto onde fiz filosofia. Em novembro de 2020 fui transferido para Juatuba, e terminei a graduação em teologia em dezembro do mesmo ano. Após renovar os votos por 7 anos consecutivos, em 18 de dezembro de 2020, professei os Votos Perpétuos na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Em 07 de agosto de 2021, fui ordenado diácono por Dom José Carlos de Souza Campos, Bispo Diocesano de Divinópolis, na Igreja Matriz de São Sebastião.
Vivi em Juatuba por 9 meses até que, em setembro de 2021, chegou-me uma nova transferência para voltar a Belo Horizonte. Morando, pela terceira vez, na Fraternidade Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, preparo-me para mais um passo significativo na minha caminhada vocacional: a Ordenação Presbiteral.
No dia 28 de maio, na Igreja Matriz do Bom Jesus, serei ordenado presbítero, ou como simplesmente diz o povo “virarei padre”.
Serei padre sem deixar de ser frade. Serei um Ministro Ordenado sem deixar de ser um Irmão Menor. Espero que a minha ordenação seja um tempo de graça não só para mim, mas para toda a cidade que guarda na memória afetivo-religiosa a passagem dos meus irmãos capuchinhos por estas montanhas da Mantiqueira. As sementes do Evangelho, à forma Capuchinha, plantadas, sem a pretensão imediata de se colher os frutos, dormiram no acolhimento da terra de Bueno e, como o moroso movimento da vida, cresceram, deram folhas, flores e frutos. Cerca de 172 anos depois da passagem de meu irmão mais velho, Frei Eugênio Maria de Gênova, por estas terras, renomeando-as de Campo Místico; cerca de 50 anos depois da passagem dos meus irmãos, vindos do Seminário Seráfico Santo Antônio de Ouro Fino para os cuidados paroquiais; celebraremos os dons multiplicados das sementes plantadas por estes Capuchinhos que vieram antes de mim.
Não pretendo, e nem quero, me creditar a excelência da missão capuchinha na “Zanta”, mas posso afirmar que os testemunhos desses homens me encantou, com a eles encantou o testemunho de Francisco de Assis, e que juntos, frades e bueno-brandenses, podemos elevar pelos espigões e vales dessa terra um canto de louvor e ação de graças: “Louvai e bendizei ao meu Senhor, e rendei-lhe graças e servi-o com grande humildade” (Cântico do Irmão Sol 14).
Frei Glaicon G. Rosa, OFMCap