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Natal: e o verbo se fez carne


Arte: Luís Henrique Alves Pinto
“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra” (Is 23,5)







Natal é tempo de alegria, pois Deus na sua bondade quis habitar entre nós. Foi por esse amor que tivemos a oportunidade de conhecer a Deus na pessoa de seu Filho Jesus Cristo.


Como toda grande Festa Cristã o Natal tem um tempo de preparação; a festa e o prolongamento. A preparação é o tempo do advento em que os fiéis são chamados a preparar para acolher Jesus através de três exercícios religiosos: a liturgia dominical; a conversão e a novena de natal.


A liturgia dominical através da Palavra proclamada vai nos colocar dentro do clima de acolhida do Salvador que vem ao encontro da humanidade; a conversão faz-se necessária, pois para acolher o Filho de Deus é preciso uma vida aberta e disponível ao seu Projeto Redentor; a novena de natal é momento de oração e encontro das famílias para ouvir e refletir a Palavra de Deus contemplando a misericórdia e o amor de um Deus que quis ser um de nós.


A festa do Natal é o grande momento em que a humanidade sentiu-se acolhida por Deus que envia seu Filho para resgatar a todos, especialmente os filhos de Deus dispersos. O prolongamento da festa acontece com o tempo do Natal que faz memória da vinda do Filho de Deus ao mundo e os primeiros tempos de Deus junto da humanidade como homem.


Esse mistério tão grande do Natal e o espirito natalino infelizmente muitas vezes se resumem a pouco tempo da vida cristã, basicamente um mês ou um pouco mais. Contudo, um amor tão grande de um Deus que foi capaz de assumir a história e a condição humana não podem se resumir a um curto período de tempo. Somos convidados a fazer com que o espirito do Natal perdure por todos os dias do ano. Sabiamente cantou o grupo Roupa Nova:


“Se a gente é capaz de espalhar alegria; se a gente é capaz de toda essa magia. Eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse Natal todo dia.
Um jeito mais manso de ser e falar, mais calma, mais tempo pra gente se dar. Me diz porque só no Natal é assim, que bom se ele nunca tivesse mais fim.
Que o natal comece no seu coração, que seja pra todos sem distinção. Um gesto, um sorriso, um abraço, o que for, o melhor presente é sempre o amor.”

Outro fator que pode atrapalhar a vivencia do Natal é não perceber o verdadeiro sentido desta festa. A jornalista Rachel Sheherazade em um texto sobre o Natal mostra como está festa está sendo vivenciada não como solenidade cristã, mas apenas uma comemoração mundana e capitalista:


“Sabe quem vai faltar na festa de Natal? O aniversariante do dia! Como na noite do seu nascimento, ninguém lhe abriu as portas, e Jesus não tem onde repousar. Não há espaço para ele nas casas dos hipócritas, de ceias fartas e corações vazios... No teatro do Natal, entre simpáticos papais noéis, pinheiros reluzentes e embrulhos de presentes, Cristo passa até despercebido. Como se o “bom velhinho” fosse fato e o bom Deus é que fosse lenda! Eu não acredito no Natal-consumo, de gentilezas fugazes, do altruísmo anual... Natal são as boas novas eternas de um Deus que se fez servo, do verbo que se fez carne, do profeta que revolucionou o mundo pela paz e pelo amor.

Feliz e Santo Natal a todos!


Padre Odair Lourenço Ribeiro e Diácono Anderson Ribeiro dos Santos

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