Jesus nos chama de amigos. Esta é a relação que Cristo espera estabelecer com cada um de nós. Contudo, se faz necessário pontuar esta amizade, ou seja, esclarecer com base nas próprias palavras de Jesus, os critérios para sermos considerados verdadeiramente
amigos de Deus.
Infelizmente, muitas vezes, as relações de amizade estabelecidas entre seres humanos são baseadas em interesses particulares, troca de favores, reconhecimento por parte da sociedade, poder, enfim.
Critérios egoístas que não criam laços duradouros de proximidade e cumplicidade. Todavia, para Jesus, a amizade precisa ser baseada em distintas características. Ele afirma: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai” (Jo 15,14-15). Jesus destaca 2 atributos fundamentais para obter a sua amizade: obediência e conhecimento.
Deus é nosso amigo. Deseja ser nosso amigo. Porém, existe um abismo de distância entre a sabedoria de Deus e a nossa. Ora, Deus sabe aquilo que é o melhor para cada um de nós, assim como um Pai sabe o que é melhor para um filho. Portanto, cabe a nós obedecer. Obedecer de forma integral e irrestrita, na certeza filial de que os planos Dele são melhores que os nossos. Obedecer à exemplo do próprio Jesus, que obedeceu até a morte, e morte de cruz (Fl 2).
E como nos é difícil obedecer. Culturalmente somos influenciados à revolta, à revolução. Muitas vezes observamos a oposição pela oposição. Mesmo diante do desconhecimento de determinado assunto ou situação, muitos se colocam contrários pelo simples fato do direito de opinar e de ser avesso. Em tempos de redes sociais é comum todos terem opiniões bem concretas sobre todo e qualquer assunto, como se fossem especialistas longevos. Ao olharmos para Jesus percebemos uma postura bem diferente. Fazer a vontade de Deus é o que o move e motiva para cumprir o que lhe foi confiado: “Disse-lhes Jesus: ‘Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra’” (Jo 4,34).
Jesus é nosso amigo. Seu projeto de salvação foi revelado por inteiro a toda humanidade. Não existem segredos. Foi claro com relação ao caminho que precisaríamos percorrer. Claro quanto as dificuldades que seriam enfrentadas e as ciladas que estariam pelo percurso. Da mesma forma, nos lembrou sobre a recompensa que teremos ao final da
trajetória e a companhia que estaria perenemente ao nosso lado. Ou seja, não existem desculpas, não existem meias palavras ou equívocos no discurso e nas promessas de Cristo aos seus amigos.
Como um bom amigo Ele gastou tempo conosco. Mais do que tempo, gastou a sua vida.
Tudo o que possuía nos ofereceu: discípulos, uma mãe, a Igreja, seu corpo e seu sangue. Tudo nos foi entregue como prova de sua amizade e de seu amor. Por meio de Sua Palavra e sua presença nos possibilitou conhecê-lo. Da mesma forma, nós precisamos investir nesta amizade e não termos reservas para com Ele. Gastar nosso tempo e o que mais nos for necessário para crescermos neste relacionamento com Jesus. Tempo de oração, tempo de entrega no serviço da Igreja, tempo ascese e de prática da caridade.
Além disso, um coração decidido e disposto a se doar em favor da vontade de Deus e de buscar estar cada dia mais próximo daquele que deseja ser nosso amigo. Peçamos ao Espírito Santo que nos auxilie nesta saborosa e desafiadora tarefa de obedecer e conhecer a Jesus, fazendo com que cada dia mais possamos chamá-lo de nosso amigo.
Texto: Odilon de Castro Lucas
Renovação Carismática Católica de Bueno Brandão
Comunidade Senhor Bom Jesus – Javé Nissi
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