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Eclesiologia da missão




O batismo marca a vida pública de Jesus. “ Aconteceu, naqueles dias, que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão” (1,9). Com essas palavras, ou outras semelhantes ((mt3; Lc2,21), Jesus recebe o Batismo e inicia sua missão.


Batismo e missão estão assim em conexão de identidade. Da autenticidade desta relação emana e frutifica toda vocação. O tema do Ano Vocacional de 2023 já nos conscientizava desta relação fundante, “Batismo: fonte de todas as vocações”, impelindo-nos permanentemente a novos desafios, “Avancem para águas mais profunda” (Lc 5,4). A missão, torna-se deste modo, a expressão da vocação, sua identidade e sua forma. Numa visão eclesiológica, todas as vocações e ministérios exercem sua missionariedade em formatos e maneiras diferentes, partindo de uma mesma fonte, ou ponto de origem, o batismo. A Igreja, na sua diversidade de vocações, ministérios, dons e talentos, forma uma unidade, um único corpo, como nos recorda o apóstolo Paulo (Rm 12,5), e não podemos ser cauda de divisão e discórdia, contradizendo sua essência e sua natureza: a comunhão.



No mundo e para o mundo


Somos enviados, a partir do batismo, para a missão no mundo. Para sermos, a exemplo de Jesus, uma presença positiva, “Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo or meio dele” (Jo 3,17). Uma visão missionária requer que o mundo, antes de tudo, seja acolhido e amado, para ser transformado segundo as virtudes e os valores cristãos.


Compreender o mundo, o tempo em que estamos vivendo, é fundamental para toda ação missionária. Esta ação acontece em seus mais diferentes locais e espaços de, dentro da Igreja, e também fora dela. Importante compreendermos que agir em nome da Igreja não quer dizer que tenhamos que voltar a um passado saudosista, em que a Igreja tinha um papel predomínio e de influência em todos os setores da sociedade. Talvez, desta relação de influência e poder onipresente, tivemos, como consequência, um maior distanciamento do Evangelho, não uma aproximação, tenhamos sido mais infiéis a Palavra, e não verdadeiros discípulos missionários, como nos recorda o documento de Aparecida (n. 136).


A perseverança na fé requer que a resposta a resposta vocacional seja criativa, e busque não repetir no presente o passado, ou busque para o futuro uma realidade que não existe mais. A autenticidade da fé está na vivencia autentica do seu tempo, o hoje, que consegue transformar as angústias e medos em sementes de confiança e esperança A própria fé nos lança com otimismo para o mundo “ pois tudo é possível àquele que crê” (Mc 9,23).



Autor: Pe. Valmir de Costa, RCJ

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